
A ex-mulher de Malcolm McLaren, empresário do grupo londrino Sex Pistols, Vivienne Westwood, acaba de tomar mais uma decisão que mexeu com os músicos e punks de vanguarda. Desde a semana passada, a sua grife homônima, tem em seu site oficial (apenas em inglês) uma página dedicada somente às vendas das roupas e acessórios por ela desenhados.
Famosa por ter vestido bandas como New York Dolls (foto ao lado), Sex Pistols, The Cramps e outras dos movimentos punk e new wave, Lady Westwood tem sido vítima de ofensas por boa parte dos músicos daquela época. Desde que em 1979, resolveu ao lado do até então marido, fazer de suas peças as mais famosas possíveis, estendendo assim o movimento contra-cultural ao consumismo desenfreado que surgia.
Os principais manifestos contra as vendas pela web aconteceram em frente à loja Vivienne Westwood, em Londres. Segundo a empresária Layla Valadão, 29 anos, que esteve na cidade até terça-feira da semana passada, foi tudo pacífico. “Tudo o que se via eram cartazes criticando o consumismo, principalmente via internet e gritos de ofensa às grandes corporações”.
Ex-baterista da banda Ravera, da região de Campinas, a empresária conta que foi visitar a cidade e não pôde deixar de visitar a loja, sua favorita. Layla conta também que fez questão de usar uma cartola da grife em seu casamento e se defende. “Não é fetiche consumista. Quase todas as pessoas que eu escutava cantar, que me influenciaram, usaram as roupas dela. Já que hoje eu posso, faço questão”.
Já o baixista da banda Muzzarelas, de Campinas, Daniel “Etê” Pacetta Giometti, 36 anos, que também é dono de uma loja de discos e acessórios de rock na cidade, critica a postura de Vivienne Westwood pelo valor cobrado pelas suas criações e pela venda on-line. “Já é um absurdo cobrar cerca de 165 euros pela camiseta mais em conta que ela tem na loja, ainda pior é esse sistema de vender pela internet. O dinheiro fica na mão das empresas de cartão de crédito, bancos. Acho que não era isso que ela tinha em mente no começo dos anos 70”.
Ele defende o uso da web, mas apenas para exposição de produtos para que segundo ele “o dinheiro não fique na mão de charlatões”. No Brasil, vários artistas usam roupas desenhadas por Vivienne, entre eles Holly Tree, Ney Matogrosso, Pitty, Supla e Titãs.
História – A empreitada de Vivienne Westwood começou em Nova York, no ano de 1973, quando Malcolm McLaren, seu amante na época, começou a empresariar a banda New York Dolls. Donos de uma loja de artigos sadomasoquistas e de couros, eles popularizaram o estilo assim na América.
Mais tarde, em 1977, de volta à Inglaterra, a britânica popularizou a moda punk vestindo os Sex Pistols, responsáveis pela disseminação da música de protesto e da atitude rebelde em cima dos palcos de todo o mundo.
Com o fim da banda, dois anos depois, por conta da morte de Sid Vicious, baixista dos Pistols, ela e Malcolm resolveram trabalhar firme na grife. Na década seguinte, os dois se separam e Vivienne assume toda a responsabilidade dos negócios e dos desenhos, torna a grife uma das primeiras do mundo quando ainda nos anos 90, deixa de utilizar couro animal em suas roupas e assume uma postura ecologicamente correta frente ao mundo da moda.
A partir de então, ela recebeu vários prêmios na Inglaterra e Europa por seus desenhos, e o honroso título de Lady, da rainha Elizabeth II, um dos principais alvos de suas polêmicas em estampas de camisetas.
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