terça-feira, 13 de novembro de 2007

Biquíni de bolinha amarelinha? Que nada!

Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente.
A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e da pélvis irrequieta de Elvis Presley, seu maior símbolo. A imagem do jovem usando jaqueta de couro, topete e jeans, montados em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia sintonizada com ídolos do cinema como
James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Christian Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.
A grande vedete dos anos 60 foi a mini-saia. Mediam 30 cm de comprimento e eram usadas com camisetas justas e botas de cano longo. E diferentemente do que a história conta, a inglesa
Mary Quant (acima, no centro) divide com o francês André Courrèges sua criação. As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.
Catherine Deneuve era um dos ícones do novo estilo que estava ganhando espaço nas ruas. Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy: cabelos compridos, solto ou coque no alto da cabeça. Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy: muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco eram os olhos, sempre muito marcados. No Brasil, a
Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa, de minissaia exibia suas pernas, Roberto Carlos, de roupas coloridas, usava botinha sem meia e cabelo na testa imitando os Beatles.
No bar
Wooly Bully em Vinhedo, há 14 anos é possível reviver um pouco da magia dos anos dourados. Topetes erguidos à base de muita brilhantina, suspensórios e saias rodadas, dividem espaço com uma decoração temática onde não raro aparecem as imagens de Elvis Presley, Marilyn Monroe, Twiggy e James Dean, sem contar, as réplicas de automóveis que disputam as atenções com a pista de dança, onde embalados ao som do bom e velho rock´n roll, também conhecido como “rockabilly”. Os freqüentadores divertem-se e aproveitam para se vestir a caráter; alguns por modismo, outros, a grande maioria, por seguir o estilo de vida ignorando a evolução no mundo fashion e musical. Um bom exemplo é Luis Augusto, freqüentador assíduo do bar, tão assíduo que acabou por virar mais um dos “bar mens” que servem drinks de nomes temáticos como “Cry Baby”, título homônimo do musical, que embora tenha sido lançado na década de 90, é ovacionado pelos fãs do estilo por retratar fielmente de maneira hilária os velhos tempos. “Eu amo este lugar e o meu modo de vida, não troco por nada meus vinis do Stray Cats, Elvis, Chucky Berry e nem minhas roupas por nada que venha da atualidade. Aqui tem gente bonita e música boa, trabalhar aqui aos finais de semana acaba se tornando uma diversão remunerada”. Brinca.
E em grande estilo se encerrou a década de 60, com a realização do "
Woodstock Music & Art Fair", que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas e deu início a uma nova geração que ficou conhecida como “paz e amor”, mas esta é uma outra história que merece ser contada em detalhes depois.

(Tahiana Silva Carnielli)

Nenhum comentário: