segunda-feira, 15 de outubro de 2007

José Paulino casamenteiro


Quando o assunto é casamento, o que vem logo em nossa cabeça é a noiva e com ela, a particularidade de seu vestido. Ele, o vestido, lembra glamour, brilho, noite de gala, festa... Mas nem sempre o lugar onde ele é comprado, ou alugado, também remete a esse tipo de coisa. É o caso da Rua José Paulino, em Campinas. São mais de 20 lojas de trajes instaladas no trecho que vai da Avenida Moraes Sales à Aquidabã. O lugar é cheio de construções antigas, como o Externato São João, que é tombado, casebres e travessas de paralelepípedo. É o luxo escondido no centro velho da cidade.

Segundo a proprietária de loja Rosana Maria Roncon de Oliveira, não existiu nenhum motivo especial para que ela escolhesse a Rua José Paulino para abrir uma loja de noiva.”Faz 19 anos que eu trabalho com isso e há 17 estou aqui, quando eu cheguei só havia uma loja, daí uma foi puxando a outra e agora já são mais de 20”, conta a lojista. Já para Margareth de Sá, que abriu sua loja de trajes há dois meses, o local é um bom ponto de negócios. “Tenho outras duas lojas em outros lugares, mas aqui é mais movimentado. A concorrência é grande, mas o que vale é atendimento”, relata.

O lugar é procurado, em geral, pelas classes média e baixa, de Campinas e de outras cidades como Hortolândia, Sumaré, Valinhos, Americana, Cosmópolis. Algumas pessoas vêm até de outros estados como Paraná e Minas Gerais. “As noivas mais ricas procuram as lojas do Cambuí”, conta a Regina Célia Rondon Dominiqui, que é irmã de Rosana e também tem uma loja de trajes ao lado da loja da irmã.

O aluguel de um vestido de noiva varia em média de R$ 200,00 a 1.500,00, fora a primeira locação que geralmente é mais cara. Além dos vestidos, na rua José Paulino também se podem encontrar lojas de trajes masculinos, de gala, de debutantes, fantasias, e até de convites e artigos para festa. “Estou alugando a roupa do meu noivo e aluguei o meu vestido por R$ 250,00, aqui as roupas são mais em conta”, diz Jiulane dos Santos, 18, que veio de Sumaré.

Para Regina, que abriu sua loja em 1996, o perfil das noivas também mudou, antes elas eram mais jovens, hoje o público está mais maduro. “Atualmente a idade de quem procura por vestidos de noiva varia entre 35 e 40 anos. São mulheres, muitas vezes, que já tem uma família, filhos, mas que, tem ainda tem o sonho de se casarem”, explica a lojista. Ela conta que as pessoas mais jovens preferem morar junto ou casar no civil. “Casar hoje é muito caro, pra tudo tem que se pagar”, ressalta.Em relação aos estilos, apesar das tendências de modelos do tipo evasê, o tradicional, justo na cintura e com a saia bem cheia e rodada ainda é o mais procurado. Mas seja qual for o modelo ou o lugar onde se adquiriu o vestido, o que toda noiva quer mesmo é ficar bonita e arrasar no dia de seu casamento!


Renata Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara Renata
Olha, o texto está legal, a pauta é boa, mas é preciso, como já coloquei na matéria da Aline e acho que vale para todas: atenção ao recorte para trazer um novo olhar para uma pauta já muito explorada. Sua matéria até busca, mas aí é preciso cuidado com o preconceito: contrapor o glamour aos casarões antigos é complicado, ainda mais escrevendo "este tipo de coisa"... Ou seja, o foco é interessante - a rua das noivas no centro da cidade - mas acho que valeria arriscar outro abre, menos genérico.
De qualquer modo Renata, como já coloquei para a Aline, gostei muito de ver vocês produzindo, mostrando o que aprendem. Grande beijo. Denise Tavares

Anônimo disse...

Oi Rê,
Gostei muito da sua matéria, o texto está bem escrito, com um gancho legal.
O assunto pode até parecer batido, mas a pauta a que você se propôs a fazer, cumpriu bem os requisitos jornalísticos, acredito que faltam matérias como as suas na imprensa diária.
PARABÉNS!!!!!